Dra. Kaliane Matos Araújo OTORRINOLARINGOLOGISTA em São Paulo – SP

dra kaliane
Por Dra. Kaliane Araujo
Otorrinolaringologista

A Rinossinusite é uma inflamação do revestimento interno dos seios da face (também chamados de seios paranasais).Os seios da face são cavidades cheias de ar no interior dos ossos que se localizam ao lado do nariz ou nas maçãs do rosto. 

otorrinolaringologista
avaliações dra kaliane Araujo
avaliações dra kaliane Araujo
avaliações dra kaliane Araujo

ESTATISTICAS:

estastitica sinusite

Considera-se normal:

  • ADULTOS: 2 a 5 episódios de Rinossinusite por ano. Destes, a maioria são virais.

  0,5% a 2% evoluem para quadros bacterianos.

  • CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR: 7 a 10 resfriados por ano.

          5% a 13% evoluem para quadros bacterianos.

QUAIS OS TIPOS DE RINOSSINUSITE?

A Rinossinusite pode ser classificada de várias formas, levando em consideração a duração da inflamação, a causa e a gravidade dos sintomas:

1. RINOSSINUSITE AGUDA

É caracterizada pela inflamação dos seios paranasais que dura até 3 meses. Também denominada de infecção de vias aéreas superiores.Podem ser virais ou bacterianas.

mulher com sinusite

As Rinossinusites agudas são, na sua maioria, causadas por infecções virais. Estes quadros costumam levar 7 a 10 dias para completa recuperação.Em alguns casos, a melhora pode ser um pouco mais lenta, porém progressiva que poderá durar mais de 10 dias. 

Os quadros bacterianos costumam ter uma piora dos sintomas, mais acentuado já no quinto dia. Ou a ausência de melhora num quadro clínico mais demorado.

Embora muitas vezes os sintomas melhorem por conta própria, o tratamento pode ser necessário para aliviar a dor e a inflamação.

Deve-se atentar que mesmo o prolongamento dos sintomas: NÃO é critério para a introdução de antibióticos!

COMO DIAGNOSTICAR QUADROS AGUDOS?

História Clínica:

  • Congestão nasal
  • Secreção nasal
  • Mal-estar
  • Mialgia
  • Calafrios 
  • Febre
  • Alteração do Olfato/Paladar
  • Dor facial localizada (tipo dentária)
  • Tosse (alguns pacientes) 
  • Má qualidade do Sono
  • Irritabilidade (principalmente em crianças)
  • Dor de garganta 
  • Falta de apetite

  Importante salientar que apenas o aspecto das secreções: clara (coriza) ou purulenta (amarelo ou esverdeada) não indica se o quadro é bacteriano ou viral !

     Por isso a importância de uma avaliação médica com Otorrinolaringologista, pois  conforme as características destes sintomas, irá orientar um diagnóstico correto.

sinusite aguda viral

QUAIS OS EXAMES COMPLEMENTARES PARA RINOSSINUSITE AGUDA?

  • EXAME FÍSICO:

O médico geralmente começa o diagnóstico com um exame físico, observando sinais de inflamação nasal e secreção espessa. Assim como medidas de parâmetros como temperatura, pressão, oximetria e ausculta pulmonar.

o otorrinolaringologista examina o nariz do paciente usando um otoscópio. - endoscopia nasal -
  • ENDOSCOPIA NASAL OU  NASOFIBROLARINGOSCOPIA:

A Nasofibrolaringoscopia é um exame minimamente invasivo, no qual um pequeno tubo flexível com uma câmera é inserido nas vias nasais para visualizar diretamente as fossas nasais, entradas dos seios paranasais, rinofaringe até a laringe (localização das pregas vocais).

Este exame permite uma inspeção mais precisa das cavidades nasais.

fibrolaringoscópio para diagnosticar e tratar laringe e faringe, como rouquidão, nódulos nas pregas vocais, tumores, infecções e inflamação. médico otorrinolaringologista com fibrolaringoscópio flexível. - endoscopia nasal
  • RX DE SEIOS DA FACE:
  • TESTES VIRAIS:

A maioria dos quadros virais das vias aéreas superiores, ficavam genericamente sendo chamados de “VIROSE”, sem um diagnóstico causal específico.

Nas últimas décadas, após pandemias pelo vírus Influenzae e SARS-Cov-2 (COVID 19), houve um crescimento do desenvolvimento e acesso aos testes rápidos e moleculares.

TIPOS DE TESTES VIRAIS:
  1. RT-PCR PARA SARS Covid 19 (Reação em cadeia da polimerase de transcrição reversa em tempo real): Teste rápido.
  2. TESTE MOLECULARES (específicos para Influenzae e SARS-Cov-2):mais sensíveis e específicos, porém resultado demora horas a dias.
  3. PAINEIS VIRAIS RESPIRATÓRIOS (Testam vários outros vírus ao mesmo tempo: InfluenzaeA e B, Coronavírus -incluindo o SARS-Cov-2, Rinovírus, Adenovírus, VRS-Vírus Sincicial Respiratório,metapneumovírus…) indicação restrita devido alto custo.
teste covid e influenzae

Especificamente, no caso dos Testes rápidos para Influenza e o SARS-Cov-2, devido maior prevalência destes vírus, a detecção precoce permite a introdução de tratamento específico o mais rapidamente, minimizando as complicações e disseminação desses vírus através de orientações corretas e isolamento destes pacientes.

  • CULTURA DE SECREÇÕES COM ANTIBIOGRAMA:

As culturas de secreção da nasofaringe (fundo do nariz) ou sinusais (seios da face) não são essenciais para o diagnóstico da Rinossinusite Bacteriana Aguda, em alguns casos específicos, pode auxiliar a escolha do antibiótico.

A sua limitação é a presença da própria colonização local de algumas bactérias que nem sempre significa estar com infecção.

O método de cultura mais específico, e preciso, é aquele guiado por endoscópio. Útil no caso de falência terapêutica habitual.

antibiograma
  • EXAMES DE SANGUE:

Conforme o quadro clínico individualizado, podem fazer parte do arsenal diagnóstico.

  •  TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DOS SEIOS DA FACE
tomografia de seios da face

Indicado nos casos agudos atípicos ou com complicação conforme avaliação do Otorrinolaringologista.

EXISTE PREVENÇÃO PARA A RINOSSINUSITE AGUDA?

Algumas medidas ajudam a minimizar o risco de contrair o resfriado comum ou Rinossinusite aguda:

  • Higienizar bem as mãos
  • Uso de máscaras
  • Distanciamento social, quando recomendável
  • Boa hidratação
  • Amamentação exclusiva para crianças até 6 meses
  • Imunização com vacinas (diminuindo risco de contaminação e casos graves)
lavagem de mãos para covid
.

Alguns SUPLEMENTOS minerais e vitamínicos têm sido apontados como benéficos para melhora do sistema imunológico:

  • Melatonina  sim! Na dose correta um excelente imunomodulador
  • Glutamina
  • Própolis verde
  • Coenzima Q10 
  • Probióticos
  • Vitamina C
  • Vitamina D
vitaminas

MEDICINA DO ESTILO DE VIDA ( MEV) causa uma melhora imunológica importante sugerindo:

  • Atividade física
  • Boa qualidade de sono
  • Controle do stress / álcool e cigarro
  • Relacionamentos e conexões saudáveis
  • Alimentação natural variada e nutritiva, rica em vegetais,cereais, hortaliças, leguminosas, frutas, castanhas, sementes e especiarias
  • Boa hidratação diária
  • Evitar alimentos ultraprocessados
Alimentação natural variada e nutritiva

QUAL O TRATAMENTO PARA RINOSSINUSITE AGUDA?

O Tratamento visa aliviar os sintomas e reduzir o tempo de recuperação do paciente:

  1. Antivirais: Útil nas primeiras 48 horas, por isso a eficácia de um diagnóstico precoce e correto.
  2. Corticoide sistêmico: Oral e conforme orientação médica devidos riscos:  dose e tempo dependentes.
  3. Spray de Corticoide nasal: conforme o caso e orientação do otorrinolaringologista com bons resultados na congestão e edema.
  4. Antibióticos: Não há indicação nos casos virais (mesmo com secreção de aspecto purulento amarelo esverdeado).Útil nos casos de contaminação bacteriana
  5. Soluções salinas nasaisO tipo de lavagem e como fazer deve ser orientado pelo médico :Estudos indicam eficácia na prevenção e tratamento das infecções de   vias aéreas superiores com soluções salinas de BAIXO VOLUME.
lavagem nasal

 Podem levar a efeitos adversos graves: ansiedade, insônia, dor de cabeça, irritabilidade, tremores, palpitações, retenção urinária, aumento da pressão arterial e até arritmias…  

 Os tópicos levam, se utilizados por mais de 5 dias, a um risco de dependência.

automedicação

7. Anti-histamínicos: uso conforme quadro do paciente e orientação médica.

8. Anti-inflamatórios não esteroidais e analgésicos: uso individualizado para alívio de sintomas, conforme orientação médica.

9. Mucolíticos: poucas evidências de efetividade na Rinossinusite aguda

10. Fitoterápicos: algumas publicações evidenciaram que existe um medicamento fitoterápico que ajuda a diminuir os sintomas e tempo da doença com base na avaliação médica.

EVITE A AUTOMEDICAÇÃO!

“Segundo o último Consenso De Rinossinusites da ABORL de 2024: O uso incorreto e indiscriminado de antibióticos acarreta diversos efeitos colaterais! 

A resistência bacteriana alarmante em todo o mundo, causará mortes nas próximas décadas de milhões de indivíduos pelo mal uso de antibióticos. 

Além disso, as alterações da microbiota intestinal causadas pelo uso indiscriminado de antibióticos, podem ser responsáveis por doenças do nosso sistema imunológico, causando doenças autoimunes, atópicas e até comportamentais.”

antibiotico para sinusite

2. RINOSSINUSITE AGUDA RECORRENTE:

Situação quando o paciente apresenta 4 ou mais episódios de Rinossinusite Aguda Bacteriana por ano, intercalados por períodos de normalidade entre as crises.

Na crise, os sintomas são semelhantes aos da Rinossinusite Aguda.

QUAIS AS CAUSAS DA RINOSSINUSITE AGUDA RECORRENTE?

  • Rinite alérgica: Quando o sistema imunológico responde a alérgenos como pólen, ácaros ou pelos de animais, ele pode causar inflamação nas mucosas nasais, o que pode se espalhar para os seios paranasais, resultando em sinusite. A reação alérgica pode aumentar a produção de muco e bloquear a drenagem dos seios paranasais.
  • Imunodeficiências genéticas ou secundárias
  • Fibrose cística
  • Discinesia ciliar
  • Asma
  • Problemas Anatômicos: hipertrofia adenóide, desvio de septo nasal ou pólipos nasais, podem obstruir os seios paranasais e dificultar a drenagem do muco
  • Doenças autoimunes
  • Diabetes descompensada

https://kalianearaujo.com.br/desvio-de-septo-nasal/

QUAIS OS EXAMES COMPLEMENTARES PARA RINOSSINUSITE AGUDA RECORRENTE?

EXAME FÍSICO:

O médico geralmente começa o diagnóstico com um exame físico, observando sinais de inflamação nasal e secreção espessa. 

Assim como medidas de parâmetros como temperatura, pressão, oximetria e ausculta pulmonar.

otorrinolaringologista examinando nariz

ENDOSCOPIA NASAL ou NASOFIBROLARINGOSCOPIA:

A Nasofibrolaringoscopia é um exame minimamente invasivo, no qual um pequeno tubo flexível com uma câmera é inserido nas vias nasais para visualizar diretamente as fossas nasais, entradas dos seios paranasais, rinofaringe até a laringe (localização das pregas vocais).

nasofibrolaringoscopia

EXAMES LABORATORIAIS:

  • Tanto para detecção de processo infeccioso bacteriano, doenças virais crônicas,como para avaliação metabólica do paciente ( Ex: Diabetes) 
  • Testes imunológicos para diagnóstico de Imunodeficiência

CULTURA DE SECREÇÕES COM ANTIBIOGRAMA:

As culturas de secreção da nasofaringe (fundo do nariz) ou sinusais (seios da face) não são essenciais para o diagnóstico da Rinossinusite Bacteriana Aguda Recorrente, em alguns casos específicos, pode auxiliar a escolha do antibiótico.

A sua limitação é a presença da própria colonização local de algumas bactérias que nem sempre significa estar com infecção.

O método de cultura mais específico, e preciso, é aquele guiado por endoscópio. Útil no caso de falência terapêutica habitual.

cultura nasal

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DOS SEIOS DA FACE

Auxiliar na dúvida diagnóstica ou complicações.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DOS SEIOS DA FACE

QUAL O TRATAMENTO PARA RINOSSINUSITE AGUDA RECORRENTE?

  • Corticoide sistêmico: Oral e conforme orientação médica devidos riscos:  dose e tempo dependentes.
  • Anti-histamínicos: uso conforme quadro do paciente e orientação médica.
  • Spray de Corticoide nasal: conforme o caso e orientação do otorrinolaringologista com bons resultados na congestão e edema.
  • Antibióticos: Não há indicação nos casos virais (mesmo com secreção de aspecto purulento amarelo esverdeado) Útil nos casos de contaminação bacteriana. Exceção nos casos de Imunodeficiência.
  • Soluções salinas nasais: O tipo de lavagem e como fazer deve ser orientado pelo médico :Estudos indicam eficácia na prevenção e tratamento das infecções de vias aéreas superiores com soluções salinas de BAIXO VOLUME.

As soluções salinas de alto volume e, alta pressão, não se demonstraram mais eficazes. Além de causar efeitos adversos como entrada de líquidos na orelha média causando Otites.

lavagem nasal
  • Cirurgia: técnica endoscópica nasal, indicada nos casos não controlados com o tratamento clinico. Conforme avaliação Otorrinolaringológica individualizada e discutida com o paciente.
cirurgia de sinusite

3. RINOSSINUSITE CRÔNICA:

A Rinosinusite crônica geralmente tem uma etiologia mais complexa e pode ser multifatorial.É uma condição de longa duração, com sintomas que persistem por mais de 3 meses.

sinusite cronica

QUAIS OS SINAIS DE  RINOSSINUSITE CRÔNICA?

A história clínica é um dos principais indicadores da investigação, e a presença de alguns fatores predispõem a doença: Sintomas recorrentes ou persistentes:

  • Congestão nasal 
  • Secreção nasal
  • Alteração do Olfato/Paladar
  • Dor facial (como um sinal isolado não indicativo de sinusite )
  • Má qualidade do Sono
  • Dor de garganta
  • Tosse (alguns pacientes)

QUAIS OS FATORES ASSOCIADOS A  RINOSSINUSITE CRÔNICA?

FATORES AMBIENTAIS:

  • Exposição a poluição – grandes cidades
  • Fumaça de cigarro
  • Vírus
  • Fungos (principalmente nos imunossuprimidos)
  • Produtos químicos ou outros poluentes no ar (podem irritar as mucosas nasais e contribuir para o desenvolvimento de sinusite)
  • Mudanças de temperatura ou umidade (podem agravar os sintomas em pessoas predispostas à doença)

FATORES SISTÊMICOS:

  • Rinite alérgica
  • Imunossuprimidos genéticos ou adquiridos (Ex: HIV, pacientes oncológicos, diabéticos, desnutridos, doenças intestinais crônicas, renais crônicos, uso de medicamento imunossupressor..)
  • Fibrose císticaDoença genética
  • Discinesia ciliar– –Doença genética
  • Asma
  • Doenças autoimunes
  • Problemas Anatômicos: hipertrofia adenóide, desvio de septo nasal ou pólipos nasais, podem obstruir os seios paranasais e dificultar a drenagem do muco.
polipo nasal, carne esponjosa

FATORES GENÉTICOS:

Alguns estudos identificaram variantes genéticas específicas causando alterações imunológicas e gerando a Rinossinusite crônica em alguns indivíduos.

Em alguns casos, pessoas na família com sintomas semelhantes podem direcionar durante a investigação clínica, para uma possível causa genética.

QUAIS OS TIPOS DE RINOSSINUSITE CRÔNICA?

RINOSINUSSITE SEM POLIPOSE NASAL

1.1 DEVIDO ALTERAÇÕES ANATÔMICAS

Bloqueios dos orifícios de entradas dos seios da face :

  • Concha média bolhosa
  • Concha média paradoxal
  • Desvio do Septo Nasal
  • Alterações das células de mucosa dos seios da face 
desvio de septo

1.2 DEVIDO IATROGENIAS

Secundário a traumas.

nariz quebrado - nariz quebrado -

1.3 SINUSITE ODONTOGÊNICA

incidência tem aumentado nos últimos anos devido a popularização do uso dos implantes, sendo responsável por 15% das rinossinusites e até 25% das sinusites maxilares crônicas.

Secundária ao tratamento dentário, quando ocorre o rompimento da integridade da mucosa do seio maxilar correspondente.

O assoalho do seio maxilar tem estreita proximidade com as raízes dentárias, o que favorece a propagação de alterações dentárias como: 

  • Doenças periodontais
  • Fraturas dentárias – traumas, extrações 
  • Tumores
  • Corpo estranho- implantes

O diagnóstico é baseado na história clínica, achados nasais e na cavidade bucal. Além da cultura com antibiograma (sempre que possível) e Tomografia computadorizada especifica. A fim de melhor identificação da causa da infecção dentária.

sinusite dentaria

O tratamento é multidisciplinar , com um Otorrinolaringologista e o paciente deve sempre ser encaminhado também para um endodontista. No caso de indicação cirúrgica, trata -se de uma abordagem de baixa morbidade, baixa complicação, rápida recuperação e  alta taxa de sucesso.

1.4 OUTRAS RINOSSINUSITES CRÔNICAS SEM PÓLIPOS:

  • POR IMUNODEFICIÊNCIA:

Pode ser primária ou secundárias a outras doenças genéticas, infecciosas ou malignas. Dentre as primárias, a mais comum é a que se deve a má produção de anticorpos, ocorre em até 50% das Rinossinusites que falham com o tratamento proposto.Necessita para o diagnóstico uma avaliação laboratorial apropriada.

  • GRANULOMATOSE COM POLIANGEÍTE (ANTIGA GRANULOMATOSE DE WERGENER):

É uma doença autoimune rara, tipo vasculite (inflamação de pequenos e médios vasos), na Otorrinolaringologia causa Rinossinusite crônica, perda auditiva, paralisia facial, alterações na laringe e também afeta vias aéreas inferiores (traqueia/brônquios e pulmões), além dos rins. Pode ocorrer lesão do nervo olfatório.

Na otorrinolaringologia, o diagnóstico necessita de uma avaliação detalhada com história clínica, exame de cabeça e pescoço. A endoscopia nasal é muito utilizada, além da Tomografia Computadorizada de cabeça e pescoço. Pode ser necessária a intervenção cirúrgica para biópsia diagnóstica.

Necessita de uma equipe multidisciplinar. Suspeição clínica e uma avaliação reumatológica completa (clínica, laboratorial e de imagem) irá auxiliar no diagnóstico e tratamento adequado.

sinusite

RINOSSINUSITE COM POLIPOSE NASAL:

polipose nasal é caracterizada pelo crescimento de pólipos, que são formações benignas, macias e de cor pálida, na mucosa nasal ou nos seios paranasais. Esses pólipos podem obstruir as vias nasais, dificultando a respiração e a  drenagem normal dos seios, o que pode resultar em episódios frequentes de sinusite.

Portanto, a sinusite com polipose nasal é uma condição crônica em que a inflamação dos seios paranasais é exacerbada pela presença de pólipos nasais. Isso pode levar a uma série de sintomas que afetam a qualidade de vida do paciente, como dificuldade para respirar pelo nariz, secreção nasal espessa, dor facial, perda do olfato e do paladar, e tosse constante.

polipo nasal

CAUSAS:

  • Fatores genéticos
  • Fatores ambientais
  • Alterações imunológicas
  • Alérgica

As causas exatas da sinusite com polipose nasal não são totalmente compreendidas, mas existem diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento dessa condição. 

2.1 DISCINESIA CILIAR PRIMÁRIA: 

Doença congênita que afeta a estrutura das células ciliadas presentes na mucosa do sistema respiratório, alterações cardíacas.

Estas células ciliadas são responsáveis pela defesa das vias respiratórias, suas alterações alteram o muco e a microbiota local, levando a infecções como rinossinusites e otites médias.

Doença de diagnóstico desafiador, não existe exame padrão ouro. No Brasil, poucos centros disponibilizam exames para o seu diagnóstico.

A avaliação genética é uma medida diagnóstica promissora, a limitação é a grande quantidade de variantes genéticas o que ocasiona uma grande variabilidade na apresentação clínica da doença.

2.2 FIBROSE CISTICA:

É uma doença congênita que afeta a viscosidade das secreções de diversos tecidos do corpo, causando rinossinusite crônica com pólipos.

Apresenta grande quantidade de variantes genéticas, sua investigação está incluída na triagem neonatal ao nascimento.

Pode afetar o pâncreas, sistema respiratório, fígado, músculos, ossos, trato urinário e reprodutor.

 2.3 DOENÇA ATÓPICA DO COMPARTIMENTO CENTRAL (DACC):

Rinossinusite crônica recentemente descrita como uma inflamação nasal associada a alergias a inalantes

São pacientes mais jovens e altos níveis de Imunoglobulina alérgica.

A endoscopia nasal é essencial para o diagnóstico deste tipo de rinossinusite, melhor que a tomografia.

alergia a inalantes

O tratamento da DACC inclui o uso de corticosteroides tópicos intranasais, lavagens nasais com solução salina, e cirurgia endoscópica conservadora nas áreas afetadas.

2.4 DOENÇA RESPIRATÓRIA EXACERBADA POR ASPIRINA E ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO-ESTEROIDAIS:

Os anti-inflamatórios não-esteroidais são aqueles que não fazem parte da classificação dos corticóides .

Esta doença é composta pela tríade: 

  • ASMA DE INÍCIO TARDIO
  • ALERGIA A ÁCIDO ACETIL SALISÍLICO (AAS) E ANTINFLAMATÓRIOS
  • RINOSSINUSITE COM POLIPOSE NASAL GRAVE
asma

O tratamento deve ser personalizado e multidisciplinar. controle da asma, dessensibilização à aspirina até terapia com biológicos.

Em alguns casos torna -se necessário o tratamento cirúrgico com cirurgia ampla. Porém com taxa de recidiva por ser uma doença orgânica sistêmica.

2.4 GRANULOMATOSE EOSINOFÍLICA COM POLIANGEITE:

É uma vasculite necrosante que afeta vasos de pequeno e médio porte.

Causa asma ( não sazonal) de início na idade adulta e Rinossinusite crônica com pólipo, entre outros sintomas sistêmicos com a evolução da doença.

Diagnóstico é clínico e laboratorial. O tratamento é medicamentoso.

  2.5. RINOSSINUSITE CRÔNICA COM PÓLIPOS NASAIS TIPO 2:

Doença complexa onde diversas respostas imunológicas e inflamatórias estão envolvidas. Tem o padrão de acometer os seios da face, bilateralmente , na sua maioria.

Incidência comum em adultos jovens e de meia idade (Entre 30 a 50 anos) sem distinção entre os sexos e alta prevalência de asma associada.

Causa  Idiopática. Mas pode fazer parte de outras doenças genéticas, metabólicas ou inflamatórias.

Sintomas

  • Rinossinusites recorrentes
  • Perda do Olfato
  • Obstrução nasal crônica
  • Gotejamento nasal posterior
  • Distúrbios do sono
  • Fadiga
  • Mal-estar
  • Tosse
  • Dor de ouvido
  • Tontura
  • Halitose (mal hálito)
  • Garganta constantemente irritada
  • Asma de início tardio

Trata-se de doença que impacta negativamente a qualidade de vida dos pacientes durante as exacerbações agudas, chegando a ser comparada a cardiopatias e doenças pulmonares crônicas.

A   confirmação   do   diagnóstico   de   pólipos   nasais geralmente requer a realização de endoscopia nasal, embora a rinoscopia anterior possa permitir a visualização de pólipos maiores.

A avaliação olfatória e a Tomografia Computadorizada dos seios da Face são também fundamentais para a confirmação diagnóstica.

polipose nasal

Tratamentos:

          CLÍNICO:

  • Soluções salinas nasais: O tipo de lavagem e como fazer deve ser orientado pelo médico :Estudos indicam eficácia na prevenção e tratamento das infecções de vias aéreas superiores.
  • Corticoides em spray nasal: seguros e eficazes mesmo sendo utilizados a longo prazo
  • Corticosteroide oral:Há limitação de dose e tempo ao longo do ano. Utilizar conforme orientação médica.
  • Uso de vitaminas e antioxidantes : trabalhos recentes comprovam melhora imunológica e de recidiva de infecções com a reposição de algumas vitaminas.
  • Antibiótico oral: Guiado por culturas e/ou avaliação do Otorrinolaringologista
  • Biológicos ( anticorpo monoclonal humano): feitos em injeção subcutânea nos casos graves e refratários aos tratamentos (clínico e cirúrgico)
Biológico para rinossinusite

           CIRÚRGICO :

Quando falha no tratamento clínico, para controle da doença e melhor absorção das terapias tópicas.

RINOSSINUSITES FÚNGICAS:

Os fungos são encontrados normalmente em todos os seios paranasais saudáveis e doentes.

Os tipos mais comuns são a bola fúngica e a Rinossinusite fúngica alérgica.

Podem ser agudas ou crônicas a depender da velocidade da penetração do fungo na mucosa sinusal.

Fatores desencadeantes:

  • Tratamento dentário prévio na arcada superior
  • Envelhecimento causa diminuição do transporte mucociliar com a idade
  • Anormalidades anatômicas
  • Imunossuprimidos
  • Rinossinusites recorrentes (virais e bacterianas)

 Sintomas: 

  • Congestão nasal
  • Alteração olfatória 
  • Secreção espessa e coloração escurecida
  • Pólipos nasais visualizados com endoscópio durante a consulta

 Diagnóstico:

Tomografia computadorizada de seios da face sem contraste: Nota-se uma impregnação de conteúdo hiperproteico em partes moles dentro do seio da face .

sinusite fúngica ou por fungos
Ponto branco na imagem de seio maxilar a esquerda

         Tratamentos:

CLÍNICO:

  • Soluções salinas nasais: O tipo de lavagem e como fazer deve ser orientado pelo médico :Estudos indicam eficácia na prevenção e tratamento das infecções de vias aéreas superiores.
  • Corticoides em spray nasal: seguros e eficazes mesmo sendo utilizados a longo prazo
  • Corticosteroide oral: Utilizar conforme orientação médica.

CIRÚRGICO:

Cirurgia endoscópica é indicado em 100% casos de Bola fúngica.

QUANDO OPERAR O PACIENTE COM  RINOSSINUSITE AGUDA OU CRÔNICA?

  • Presença de complicações
  • Falência terapêutica dos tratamentos clínicos apropriados (com comprovada adesão pelo paciente)

A cirurgia dos seios paranasais avançou significativamente com a utilização mais frequente da assistência endoscópica.A técnica mais recomendada é a Cirurgia endoscópica nasossinusal (CENS)

A precisão das imagens fornecidas pelos endoscópios permite uma visualização detalhada das cavidades nasais, dos seios paranasais e das estruturas adjacentes. Além disso, o aprimoramento de instrumentos específicos para dissecções nasossinusais possibilitou a realização de procedimentos mais precisos .

exemplo de cirurgia video
Exemplo de cirurgia com videoendoscopia
avaliações dra kaliane Araujo

QUAIS AS COMPLICAÇÕES DA RINOSSINUSITES?

As complicações das rinossinusites resultam da propagação extra-sinusal de infecções agudas primárias ou da exacerbação da Rinossinusite Crônica.

A incidência varia de 2 a 5 casos por 1 milhão de habitantes anualmente. 

A órbita é o local mais frequente das complicações associadas à Rinossinusite Aguda, representa 60 a 80% dos casos, seguido pelas complicações intracranianas e ósseas.

TIPOS:

  • Complicações orbitárias: mais incidentes em crianças
  • Complicações intracranianas :meningite, abcessos
  • Complicações ósseas: osteomielites (ossos da órbita e cranianas), mais raras.
celulite orbitaria
foto otorrino

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